
quinta-feira, novembro 26, 2009
Kósta pintou o corpo de Kriska

sexta-feira, setembro 18, 2009
Irineu piscou o olho!
Uma quinta-feira. Poderia ter ficado em casa assistindo ao jornal ou lendo os livros que comprara durante a tarde. Mas não deixaria de testemunhar a importância daquela noite. Quase uma hora e meia de atraso. O público esperava pelo livro do Irineu.. O Cariri e seu Instituto Cultural esperavam o lançamento fac-símile de uma publicação esgotada. A espera era justa. Francamente, não me queixei da espera, porque todos aguardavam benevolentes o afamado livro, incluindo personalidades intelectuais e políticas, e também figurões passantes, e voyeurs movidos pela divulgada raridade da obra. Senti-me como um paciente bibliófilo na expectativa serena de registrar, ao chegar em minha reservada biblioteca, o "ex libris" na folha de rosto da publicação -- o que seria um ilustre em minha estante! O convidado principal mostrou-se, em sua humildade política, um editor sensível. Cumpriu bem o seu papel, destinando aos anfitriões uma tribuna de agradecimentos. O dr. Lúcio teve, pareceu-me naquela sua fala, o detalhismo de um Gutemberg, embora tenha esquecido de apresentar a nova edição da obra do doutor cratense. O olho de Irineu piscou no quadro, dizendo: "Estou aqui!". Mas ouvi outros sobrenomes: menos os Nogueiras e Pinheiros. E naquele instante das repetidas nominatas entrei em suspensão, ou melhor, abstraí longe dalí. Perguntava-me, "onde estará o cacique Araripe; ele mesmo existiu? Trombas d'água na chapada, ouvi. Índios fujões escondendo-se nas matas, e o frei Carlos Ferrara ensinando o ABC àqueles "bárbaros" catequizados". Caí da nuvem dessas imagens aos primeiros aplausos. Eram sacolas de livros presenteadas aos representantes convidados, embora não vi livro nenhum, nem sequer a capa! A Universidade não se sentou à mesa com o Alcântara... Mais uma vez perguntei-me, que fazia naquele augusto sodalício? Um confrade que não teria o prazer de degustar O Cariri, de Pinheiro. Uma longa espera desde 1930. Invejei naquele momento o José Lins do Rêgo, pois ansiava devorar com o mesmo folego as páginas do filho de D. Irineida.
sexta-feira, maio 22, 2009
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
O "absoluto realismo"

Há cobranças válidas. Uma delas justifica-se por nascer com o espírito da arte. As demais são adjacentes à alma posto que há um abismo entre a realidade e a fantasia -- estas duas faces da vida. Validada a cobrança da fantasia, da imaginação, da arte da memória em criar representações, é-nos pesarosa a realidade. Dito de outro modo: quais cobranças são necessárias à realidade se à imaginação somos absolutamente livres? E ser livre é não envelhecer os sonhos.
* * *
Dois seres que se beijam pela primeira vez. Naquele filme antigo visto há tempos; naquele dejà vu; naquele espaço expandido do quadro, propício a múltiplos sentidos; naquele firmamento da fotografia, alterado. Eles se beijam sem cobrar das cores e dos cortes do tempo e do espaço a realidade.
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Dois seres que se beijam pela primeira vez. Naquele filme antigo visto há tempos; naquele dejà vu; naquele espaço expandido do quadro, propício a múltiplos sentidos; naquele firmamento da fotografia, alterado. Eles se beijam sem cobrar das cores e dos cortes do tempo e do espaço a realidade.
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Cá pelos Trópicos só há a monotonia de uma estação. Verão seco. Verão úmido. Verão chuvoso. Verão sempre. Mas o Sol nada cobra daqueles que sonham com o Inverno. As outras estações ainda inexploradas -- sem flores, sem folhas caducando nas ruas -- são contigentes na alma; alma a mudar sempre de estação.
* * *
Só para dizer que os filmes são cobranças válidas. Há verdades neles. São verdades exploradas na imaginação. Imaginar é ver com os olhos da alma a realidade desejada. O absurdo humano é ser cobrado por quase nada; pelo que a vida soberbamente nos aplaca da paixão. Paixão é uma fada que pergunta: que deseja?
* * *
"O 'absoluto realismo' do cinema é uma não realizada, logo potencial, magia" [S. Brakhage]
Cá pelos Trópicos só há a monotonia de uma estação. Verão seco. Verão úmido. Verão chuvoso. Verão sempre. Mas o Sol nada cobra daqueles que sonham com o Inverno. As outras estações ainda inexploradas -- sem flores, sem folhas caducando nas ruas -- são contigentes na alma; alma a mudar sempre de estação.
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Só para dizer que os filmes são cobranças válidas. Há verdades neles. São verdades exploradas na imaginação. Imaginar é ver com os olhos da alma a realidade desejada. O absurdo humano é ser cobrado por quase nada; pelo que a vida soberbamente nos aplaca da paixão. Paixão é uma fada que pergunta: que deseja?
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"O 'absoluto realismo' do cinema é uma não realizada, logo potencial, magia" [S. Brakhage]
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