domingo, fevereiro 18, 2007

Parece o Oscar!

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é a organização por trás do famoso prêmio "Oscar". Criada em 1927, hoje agrega cerca de 6.300 profissionais do cinema. Não é à toa que os Estados Unidos têm dado o exemplo de um bom negócio. Apesar da distinta Academia não ter fins lucrativos, por ironia é a maior incentivadora de megaproduções. Uma verdadeira indústria é movida pela corrida ao Oscar. Foi esta a opção do cinema americano desde seus primórdios, unir diversão e lucro. Há muita polêmica em torno da qualidade artística das obras do cinema hollywoodiano comparada às de outras produções, sobretudo européias, somadas à renovação de cinematografias nacionais, com destaque para a China, Argentina, Brasil, Irã e India, desde os anos 1990.

Há um consenso entre os críticos de que a linguagem cinematográfica fora inventada pelos americanos, através da obra de D. W. Griffith. Ele ficou na história como o "Pai da Gramática Cinematográfica". Entretanto, o tema é polêmico, havendo interpretações avançadas a respeito das origens do cinema. São verdadeiros estudos "arqueológicos" que testemunham a presença de elementos da arte cinematográfica mesmo antes dos famosos pioneiros franceses Irmãos Lumière e Georges Méliès.

Controvérsias à parte, todos os anos somos de alguma forma influenciados pela mídia televisiva em função da noite do Oscar. E ninguém escuta falar muito de outras premiações, tais como Leão de Ouro (Festival de Veneza), Urso de Ouro (Festival de Berlim), Kikito (Festival de Gramado) e Palma de Ouro (Festival de Cannes), entre outros. Isto deve-se em parte à divulgação arrojada da indústria de cinema americana. Não por menos, o próximo 25 de fevereiro já está bem divulgado. A noite promete, como sempre, surpresas e "pastéis"! Como avaliar os critérios de escolha das modalidades vencedoras? Coisa difícil. A cada ano, obviamente, o Oscar privilegia filmes americanos, vinculados à velha fórmula de sempre, a do enredo, ou à moda vigente.

Entre os mais cotados na 79ª edição do Oscar, indicados para melhor filme e melhor diretor, destacam-se Os Infiltrados (de Martin Scorcese) e Babel (de Alejandro Iñarrito). Na lista de melhor filme estrangeiro, surpreendeu Volver de Pedro Almodóvar ficar de fora. O diretor mexicano Iñarrito é um dos novos talentos no cenário hollywoodiano. Babel recebeu sete indicações, além de dar a duas atrizes então desconhecidas (a mexicana Adriana Barraza e a jovem japonesa Rinko Kikuchi) a oportunidade de concorrer na categoria de melhor atriz coadjuvante.

Mas, afinal, mesmo que você não seja um legítimo apreciador da festa do Oscar, vale a pena se divertir com o show de glamour e vaidades. Haja córnea para tanto brilho! E saber que tudo começou com uma divertida observação... Depois de projetada a estatueta como a figura de um cavaleiro de pé sobre um rolo de filme com uma espada entre as mãos, conta-se que foi batizada por Margaret Herrick, uma das diretoras executivas da Academia, quando dissera uma vez que a estatueta parecia com seu tio Oscar. Parece o Oscar!