quarta-feira, setembro 26, 2007

Vittorio Di Maio

Em breve, estaremos divulgando, de forma mais aprofundada, sob os auspícios do Instituto Cultural do Cariri - ICC, a merecida memória do pioneiro na exibição de filmes no interior do Ceará. Trata-se de uma das figuras mais interessantes da história do cinema no Brasil, Vittorio Di Maio. Basta dizer que seu empreendedorismo e amor à Sétima Arte, desde os primórdios do audiovisual em solo brasileiro o fez abrir inúmeras salas de exibição de Petrópolis, no Rio de Janeiro, passando por São Paulo, a outros estados como o Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará, terra que aportou para fixar residência e onde findou seus dias.

Di Maio é natural de Nápoles, Itália, nascido no ano de 1852, vindo a falecer em Fortaleza no ano de 1826. Não existem dados muito precisos sobre sua vinda ao Brasil, embora seja hoje reconhecido como o realizador das primeiras imagens produzidas no país, ou vistas, e principalmente como primeiro exibidor em solo nacional. É tido como fato inconteste, entre os críticos e historiadores, que o italiano tenha sido o pioneiro na exibição de filmes do Brasil com o seu omniógrapho (ou o cinematógrapho de Lumière - há controvérsias), instalado a 8 de julho de 1896, na rua do Ouvidor nº 57, no Rio de Janeiro.

O fato mais curioso a ser registrado sobre o incansável Di Maio é o de ter criado, precisamente no dia 3 de junho de 1911, na cidade de Crato, no Cariri, o primeiro cinema do interior do Ceará, intitulado Cine Paraíso. É preciso esclarecer que anterior à referida data, ocorrera também em Crato a presença de alguns exibidores ambulantes utilizando-se do Bioscópio e da Lanterna mágica, aparelhos que funcionavam a partir de discos e placas de vidro com gravações de imagens. Tais equipamentos são anteriores ao cinematógrapho que, diferentemente, foi a grande revolução na captura e projeção de imagens a partir da película (filme) perfurada. Di Maio, entretanto, conforme as últimas pesquisas, foi o introdutor do cinematógrapho no Brasil.

Em sua coletânea de crônicas intitulada "História do futebol no Crato versus cabra preta", Florival Matos nos informa que Vittorio Di Maio abriu o Cine Paraíso no prédio adquirido onde tempos atrás funcionava a casa de negócios do coronel Juvenal de Alcântara Pedrosa (na praça da Sé - esquina defronte ao atual Museu Municipal), tendo servido por muitas anos como sala de projeção. Segundo o autor, "inaugurou o cinema Paraíso o filme Borboletas Douradas. Um dos assistentes contou-me que as borboletas apareciam voando, e, quando pousavam, invés de borboletas eram mulheres..."

Um comentário:

Emerson Monteiro disse...

Ei, Glauco,

Passei aqui conhecendo o "blog", tranquilo, bem objetivado. Enviei o texto quanto ao Pe. Gomes que havia prometido.

Abraços,

Emerson.