quarta-feira, janeiro 16, 2008

Cultura & Cinema - coluna 16.01.08

I Fauna Cariri

O Cariri mais uma vez sai na dianteira da realização em audiovisual. Está previsto para março de 2008 a realização do I Fauna - Festival Nacional de Cinema Ambiental e Eco Cidadania, que acontecerá nas cidades de Crato e Juazeiro do Norte. A coordenadora do projeto, a cineasta Verônica Guedes, vem desde o final do ano passado realizando contatos e parcerias na região. O prefeito do Crato, Samuel Araripe, e o presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente, André Esmeraldo Barreto, firmaram apoio para a realização do evento. Previsto para durar seis dias, o Fauna incluirá, além da mostra nacional de longas, médias e curta-metragens, uma Mostra Internacional de Produções Ligadas à Ecologia; um Seminário Sobre Aquecimento Global e Oferta Hídrica na Região Nordestina; um Workshop Sobre Turismo Ecológico, quatro Oficinas de Arte-educação e duas Oficinas de Audiovisual, de onde devem sair vídeos realizados e montados pelos participantes. O melhor filme do I Fauna vai receber um prêmio no valor de R$ 5 mil. A captação de recursos será viabilizada, via renúncia fiscal, por meio da Lei Rouanet e o orçamento do Festival está calculado em R$ 639 mil.

Patrimônio e memória de uma cidade (I)

Um dos mais novos sócios efetivos do Instituto Cultural do Cariri – ICC, o arquiteto e engenheiro Waldemar Arraes de Farias Filho, faz jus à honrosa agremiação da intelectualidade caririense que o acolheu, no momento da publicação de seu trabalho “Crato: evolução urbana e arquitetura, 1740-1960”. O livro já nasce como obra de referência para geógrafos, historiadores, urbanistas e estudiosos das ciências sociais que necessitem realizar investigações sobre o Crato enquanto espaço histórico-social, além de poder subsidiar informações ao planejamento urbano local. O trabalho do autor é rigoroso sob o olhar sensível não apenas do engenheiro-arquiteto, mas incorporando também análises sócio-culturais na discussão bem ilustrada, com excelente arquivo de imagens, sobre a evolução urbana e arquitetônica de Crato desde o século XVIII até os anos 1960. Vale a pena adquirir e estudar a obra pela importância que representa no fomento da consciência de preservação do patrimônio material da cidade. Conforme o autor, “este patrimônio tem grande importância para nossa comunidade, pois ele é o aspecto visual da história do município, a autobiografia do sistema econômico e das instituições sociais”.

Patrimônio e memória de uma cidade (II)

A realização de um documentário sobre o Crato de ontem e o de hoje está sendo idealizado por Waldemar Arraes. Para este projeto, nosso arquiteto e autor de “Crato: evolução urbana e arquitetura, 1740-1960”, contará com a parceria do grupo de pesquisa IMAGO – URCA/CNPq. O grupo IMAGO, agregado ao Laboratório de Ensino do Departamento de Geociências da URCA, disponibilizará seu núcleo de produção audiovisual para a edição do documentário.

De passagem

Encontra-se em Crato, Jefferson de Albuquerque Jr, cineasta caririense que realizou diversos filmes nos anos 1970-80 na região. Hoje, residindo em Vitória, Espírito Santo, desenvolve permanente trabalho no audiovisual. No estado capixaba é o coordenador de oficinas da Mostra de Vídeo Ambiental do Caparaó Itinerante. Recentemente, obteve reconhecimento social pelo seu trabalho, sendo-lhe conferido, através da Assembléia Legislativa, o Título de Cidadão Espírito Santense. Jefferson encontra-se realizando pré-produção e captação de imagens para a realização de um documentário sobre a chapada do Araripe. Conforme Jackson Bantim (Bola), diretor de produção do projeto, o documentário abordará diversos aspectos da Chapada, durante todo o ano, sejam aspectos sociais e ambientais, incluindo imagens aéreas que serão realizadas ainda neste início de ano.

CineClubes

Segue uma boa sugestão para os amantes da Sétima Arte no Cariri. Sessões de cult movies, ou seja a de projeção de filmes que estão fora do circuito comercial, ou que se constituem como obras exemplares de grandes diretores da história do cinema mundial, podem ser muito bem apreciadas a partir da formação de um cineclube. Há no Brasil o CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, que mantém um site (http://cineclube.utopia.com.br/) para cadastro e orientações aos interessados em criar ou manter um cineclube no país. Conforme o CNC, os cineclubes, nascidos nos anos 20, se vinculam a uma concepção revolucionária e democrática de organizar a relação do público com a obra cinematográfica - agora audiovisual. Cineclube é o espaço do novo e do povo. Por isso sempre foram perseguidos pelo autoritarismo, marginalizados pelo poder econômico, ignorados pela maior parte das esferas institucionais.

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